Inspetores do Estado contra “140 anos para chegar ao topo da carreira”

O Sindicato dos Inspetores do Trabalho discorda frontalmente no novo projeto de revisão das carreiras especiais de Inspeção, pois “No limite, quem está agora a entrar demora 140 anos a chegar ao topo da carreira”, calcula Carla Cardoso, a presidente do Sindicato dos Inspetores do Trabalho, uma das organizações que já na última quinta-feira iniciou a discussão do projeto, numa reunião com o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, e secretários de Estado da Segurança Social e do Emprego,
Os inspetores da ACT, contudo, queixam-se que vão perder por duas vias. Primeiro, o suplemento que ganham vale 21,84% desde 2015 (e não 22,5% do salário como antes), depois de ter sido congelado. Depois, o englobamento do suplemento no salário fará com que o primeiro passe a ser descontado para a ADSE. “Vai trazer um retrocesso em termos de rendimento”, defende Carla Cardoso. A dirigente do sindicato dos inspetores do Trabalho entende também que a uniformização agora proposta vai afastar os inspetores da rua e das funções de maior risco. “A ser verdade que isto vai acontecer, vai haver uma fuga, um acervo enorme de pedidos de mobilidade para inspeções internas. As pessoas não vão querer, pelo mesmo que ganha um colega que está sentado à secretária das 9h às 17h, correr riscos e por as vidas delas muitas vezes em perigo”.
(Toda o artigo da jornalista Maria Caetano pode ler-se no Jornal “Dinheiro Vivo”, de 23.04.2019, bem como a entrevista do Secretário Geral da FESAP, José Abraão, de 22.04.2019).